
Laurentino diz que “esquecimento” dos efeitos da escravidão são um genocídio da memória (Foto JCarlos)
O jornalista Laurentino Gomes lançou ontem, 1° de agosto, o terceiro volume da trilogia Escravidão e este tomo tem o subtítulo “Da Independência so Brasil à Lei Áurea”. A obra foi escrita ao longo de dez anos, com muita pesquisa e viagens para conhecer onde os fatos aconteceram – na Europa, África e em muitos estados do Brasil, especialmente no Nordeste e Sudeste.
Apesar da libertação dos escravos em 1888, o autor destaca que o dia 14 de maio de 1888, depois que a festa acabou e os recém-libertos viram que não tinham para onde ir, o que fazer e como sustentar suas famílias, começou o drama que existe até hoje e que todo esse tragédia da população descendente dos escravizados é jogada para debaixo do tapete. “É um genocídio da memória”, enfatizou durante evento ocorrido em Florianópolis.
Quando levei um exemplar do livro para a dedicatória, Laurentino me reconheceu, mas não sabia de onde. Refresquei a memória dele lembrando que eu estava ali mesmo, naquela livraria, no lançamento do primeiro volume e que fui fui buscá-lo e a esposa no aeroporto para o Sempre um Papo em Porto Velho, em 2008, quando ele apresentou o livro 1808 para os rondonienses.
Aproveitei para perguntar qual o próximo projeto. A resposta: “Não sei”. Laurentino disse que a trilogia “Escravidão” o deixou fora de casa por muito tempo e que agora tem uma netinha nova e vai dedicar um bom tempo a ela.
Entendemos, jornalista, mas assim que possível esperamos um novo livro. Por enquanto, Laurentino, muito obrigado pela luz que você lançou em uma parte da história do Brasil que estava propositadamente obscurecida.
dia da assinatura da Lei Nº 3.353