23 de julho de 2022

Um encontro marcado há 40 anos

Por José Carlos Sá

Uma síntese – na minha opinião – do que há de melhor na música brasileira (Foto JCarlos)

Eles se conhecem há mais de 40 anos, fizeram músicas em parceria e nunca se apresentaram todos juntos e cantando músicas compostas por eles e que são sucesso nas vozes de outros artistas. Em resumo este foi o mote para que se reunissem no palco Luiz Carlos Sá, Guttemberg Guarabyra, Flávio Venturini e a banda 14 Bis, composta por Cláudio Venturini, Sérgio (Magrão) Medeiros, Hely Rodrigues e o Vermelho (José Geraldo de Castro Moreira).

Fã do Sá & Guarabyra desde que eles lançaram, com Zé Rodrix, o Rock Rural, em 1972, e de Flávio Venturini e 14 Bis que surgiram na música em Belo Horizonte – mais ou menos nessa mesma época, fiquei contente quando a Marcela me avisou do show em Florianópolis.

Foi muito emocionante cantar junto com eles “as canções que conheço”, como diz a Primeira canção da estrada, um dos sucessos de Sá, Rodrix e Guarabyra, uma das que compoem o repertório da apresentação. Dona, Planeta sonho, Roque santeiro, Criaturas da noite, Mesmo de brincadeira, Princesa, Nascente e, não podia faltar, Sobradinho. O grupo também faz uma homenagem a todos os músicos e ao Milton Nascimento cantando Bailes da vida.

Outra coisa de que sempre gostei foi conhecer o contexto em que algumas músicas foram compostas, como é o caso de parceria do Flávio Venturini e do Guarabyra. Contaram que o Guarabyra tinha uma paixão platônica por uma amiga e numa noite, ao voltar de um bar, já bastante “alto”, passou pela casa do Venturini e ouviu uma composição recém-terminada. Diz-que ele fez a letra na hora de uma só vez, indo embora depois. No dia seguinte, recebeu uma ligação do Flávio Venturini dizendo que a letra tinha encaixado perfeitamente na música e que todo mundo estava gostando. Guarabyra não se lembrava mais de nada e aprendeu a letra com o parceiro. Assim nasceu “Espanhola”, sucesso em toda rodinha de violão.

Só tenho que elogiar o show (foi dia 21 de julho, em Florianópolis). O único senão foi uma situação particular e fortuita. Um menino, que sentou ao meu lado na plateia, era muito agitado e chutou minha garrafinha de água que estava debaixo do assento. Passei a apresentação toda com a garganta seca, pois não conseguia alcançar a bendita garrafa. Foi com dificuldade que consegui cantar Sobradinho, pois o mar virou sertão na minha boca por falta d’água.

Criaturas da noite, na voz dos autores Flávio Venturini e Sá (Foto JCarlos)

A “espanhola” existiu e foi um amor platônico do Guarabyra (Foto JCarlos)

Princesa é um clássico do Flávio Venturini que não podia faltar (Foto JCarlos)

Cláudio Venturini, excelente guitarrista, foi prejudicado pela iluminação (Foto JCarlos)

Os “velhinhos” Sá e Guarabyra se divertem com Pirapora, na saideira (Foto JCarlos)

Guarabyra, Cláudio, Vermelho, Flávio, Sérgio Magrão, Sá e Hely prometeram voltar…(Foto JCarlos)

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14 Bis Belo Horizonte Flávio Venturini Milton Nascimento Sá e Guarabyra Zé Rodrix 

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