Eles se conhecem há mais de 40 anos, fizeram músicas em parceria e nunca se apresentaram todos juntos e cantando músicas compostas por eles e que são sucesso nas vozes de outros artistas. Em resumo este foi o mote para que se reunissem no palco Luiz Carlos Sá, Guttemberg Guarabyra, Flávio Venturini e a banda 14 Bis, composta por Cláudio Venturini, Sérgio (Magrão) Medeiros, Hely Rodrigues e o Vermelho (José Geraldo de Castro Moreira).
Fã do Sá & Guarabyra desde que eles lançaram, com Zé Rodrix, o Rock Rural, em 1972, e de Flávio Venturini e 14 Bis que surgiram na música em Belo Horizonte – mais ou menos nessa mesma época, fiquei contente quando a Marcela me avisou do show em Florianópolis.
Foi muito emocionante cantar junto com eles “as canções que conheço”, como diz a Primeira canção da estrada, um dos sucessos de Sá, Rodrix e Guarabyra, uma das que compoem o repertório da apresentação. Dona, Planeta sonho, Roque santeiro, Criaturas da noite, Mesmo de brincadeira, Princesa, Nascente e, não podia faltar, Sobradinho. O grupo também faz uma homenagem a todos os músicos e ao Milton Nascimento cantando Bailes da vida.
Outra coisa de que sempre gostei foi conhecer o contexto em que algumas músicas foram compostas, como é o caso de parceria do Flávio Venturini e do Guarabyra. Contaram que o Guarabyra tinha uma paixão platônica por uma amiga e numa noite, ao voltar de um bar, já bastante “alto”, passou pela casa do Venturini e ouviu uma composição recém-terminada. Diz-que ele fez a letra na hora de uma só vez, indo embora depois. No dia seguinte, recebeu uma ligação do Flávio Venturini dizendo que a letra tinha encaixado perfeitamente na música e que todo mundo estava gostando. Guarabyra não se lembrava mais de nada e aprendeu a letra com o parceiro. Assim nasceu “Espanhola”, sucesso em toda rodinha de violão.
Só tenho que elogiar o show (foi dia 21 de julho, em Florianópolis). O único senão foi uma situação particular e fortuita. Um menino, que sentou ao meu lado na plateia, era muito agitado e chutou minha garrafinha de água que estava debaixo do assento. Passei a apresentação toda com a garganta seca, pois não conseguia alcançar a bendita garrafa. Foi com dificuldade que consegui cantar Sobradinho, pois o mar virou sertão na minha boca por falta d’água.