Será amanhã, 12, o lançamento do livro A Escola Olaria Beiramar de São José e a trajetória dos seus mestres José Geraldo Germano e Newton Souza, de autoria das irmãs Giana Schmitt de Souza e Jane Maria de Souza Philippi. O evento acontece a partir das 20 horas no Theatro Adolpho Mello, na praça Hercílio Luz, no Centro Histórico de São José da Terra Firme.
A obra conta a história da escola de oleiros que ajuda a manter viva a tradição do trabalho com o barro e com a argila para a fabricação manual de peças utilitárias, a chamada louça de barro, como pratos (o famoso mata-fome), potes, moringas, copos e panelas. Também eram feitas em barro figuras do dia-a-dia e ligadas à religiosidade e ao folclore, como bonecas, a reprodução de vendedores ambulantes – os pombeiros -, a procissão do Senhor dos Passos e o Boi-de-mamão, com as representações do boi, da cabra e da bernunça.
Os imigrantes açorianos trouxeram de além-mar o conhecimento de como trabalhar o barro e no Brasil incorporaram os saberes das populações originárias, que aqui já viviam. A mistura dessas culturas resultaram em uma produção quase em escala industrial, que deram a São José o título de “capital da louça de barro”, que permaneceu na memória dos josefenses mesmo depois da decadência da atividade por volta da década de 1960.
E é aí que está a importância do livro que conta como surgiu há 17 anos e é mantida a Escola Beiramar, fruto da ideia e do trabalho incansável dos mestre oleiros José Geraldo Germano e Newton Souza. Segundo Germano, com a obra, “também estão sendo lembrados os oleiros que ainda restaram na cidade, como o seu Tatá (Eliatar Silva), o Ci (Moacir de Souza), que continuam trabalhando e produzindo”.
José Geraldo Germano nasceu em Guatá, Santa Catarina, e desde a infância esteve próximo da, prática artesanal, ao ver o pai dele, que era sapateiro, fazer moldes em couro. Vindo para Florianópolis teve contato com as olarias e hoje é um mestre em moldar o barro e a argila. É um dos idealizadores e diretor da Ecola Olaria Beiramar de São José. Participou de centenas de exposições e também recebeu inúmeras homenagens em reconhecimento ao trabalho que desempenha.
O outro protagonista enfocado não é de muito falar, se exprimindo pelas peças que executa. Newton “Figureiro” Souza, nasceu no bairro de Capoeiras, na porção continental de Florianópolis, mas aos três anos a família se mudou para Joinville, onde passou a infância e a adolescencia, indo à capital passar as férias na casa dos avós. Aos 19 anos Newton resolveu retornar, segundo ele, apenas com uma “mochilinha”. Começou frequentando uma aula de cerâmica no CIC (Centro Integrado de Cultura), do Governo do Estado, “por ter herdado o dom de artesão do meu pai”.
Serviço:
O quê: Lançamento do livro A Olaria Beiramar de São José e a trajetória de seus mestres José Geraldo Germano e Newton Souza, de Giana Schmitt de Souza e Jane Maria de Souza Philippi – Dois por Quatro Editora
Quando: 12 de julho de 2022 – 20 horas
Onde: Theatro Adolpho Mello – Praça Hercílio Luz – Centro Histórico de São José
Quanto: R$ 40,00