Em 1983 ou 84, participei de um seminário nacional de jornalistas em Belo Horizonte e foi a primeira vez que ouvi sobre o que no futuro – pouco mais de dez anos depois – seria chamado de “globalização”. Um dos painéis do encontro era sobre “O Jornalismo e a Nova Ordem Mundial”. Me inscrevi nele e prestei atenção ao que os palestrantes vislumbravam de como seria a tal da aldeia global.
Naquela época a internet estava em gestação e era dificil imaginar um planeta interdependente, ainda com a bipolaridade Estados Unidos – União Soviética e a China no estágio pré-capitalista ou na implantação do “socialismo com características chinesas”.
Na década de 1990 houve uma aceleração desse movimento e o comércio derrubou barreiras, fronteiras e tudo se transformou. A China assumiu uma política comercial agressiva, com um incentivo à indústria interna que logo tomou a liderança mundial na fabricação e exportação de roupas, têxteis e eletrodomésticos, “quebrando” a concorrência.
Na pandemia da Covid 19, com as restrições sanitárias, o mundo viu o quanto dependia da China, que se tornou também uma gigante na área tecnológica.
Esta semana, lendo no jornal uma referência ao seminário Reinventa SC, promovido pela FIESC (Federação das Indústrias de Santa Catarina), fiquei sabendo de que a moda agora é a “desglobalização”. Um executivo da indústria catarinense WEG, Carlos Grillo, disse que a empresa dele está se preparando para este novo momento econômico mundial.
Por ser novidade para mim – apesar do mercado falar disso há pouco mais de 10 anos -, fui pesquisar que raios era desglobalização e vi que é a tal da “guinada de 360°”!
Voltar de onde viemos: valorizar a economia local.
O próximo passo será enviar as caravelas para buscar as especiarias, o caminho para a Índia e começar tudo de novo.