O impressionista Claude Monet (1840-1926) deixou uma série de obras de arte que pintou durante os 86 anos de vida. A partir de 1883 ele passou a morar em uma casa na pequena cidade de Giverny – França, em cujo terreno havia um belo jardim e um lago com uma ponte japonesa. Esta paisagem inspirou uma sequência de seis quadros retratando a ponte em diversos ângulos e estações do ano, onde é possível distinguir as cores do céu em diferentes tons.
Estas várias versões da “ponte japonesa” são admiradas até hoje, por mostrarem as técnicas dominadas por Monet no uso de cores, luzes e a medida precisa das pinceladas, que de perto parecem borrões. Atualmente os turistas visitam a casa e os jardins de Monet para conhecer os locais que inspiraram o pintor.
Vindo da França para o Brasil, de Giverny para Florianópolis, temos um cenário que lembra um dos quadros do Monet, mas que não tem nada de romântico nem de belo. Apenas de impressionista. Em matéria publicada na edição do hoje do jornal ND, com chamada na capa, é mostrada a situação em que se encontram as águas do rio do Brás, cobertas por plantas aquáticas (macrófilas) que se nutrem de fósforo e hidrogênio.
Quando elas aparecem em grande quantidade, como é o caso do rio do Brás, é sinal é há despejo de esgoto no curso d’água, com muita matéria orgânica que, possivelmente, é cocô humano. A grande quantidade de macrófilas impede que a luz solar tenha dificuldade de chegar até as águas, reduzindo também a renovação do oxigênio. Em breve apoarecerão peixes e outros animais mortos.Esta situação no rio do Brás não é novidade e é mais um capítulo de uma morte anunciada.
Enquanto isso a responsabilidade é empurrada da Prefeitura para a Casan (Companhia Catarinense de Águas e Saneamento)…
*Gean Loureiro, prefeito de Florianópolis