Surpresa, não era, pois já havíamos sido avisados. Mas a visita da Tetê Blanco e do Léo Ladeia, quando foi confirmada, se transformou no único assunto das conversas aqui em casa.
Escolhemos um roteiro básico para visitarmos, com espaço para improvisos. Sendo os anfitriões amantes da história, o itinerário teve essa premissa. Claro que primeiro mostramos nossa aldeia. O nosso bairro; o centro histórico de São José da Terra Firme, com direito a passeio no trapiche decorado com a narrativa da colonização local. Depois almoço na Ponta de Baixo, bairro igualmente tradicional, onde funcionavam as olarias que fabricavam utensílios em barro e deram a São José o título de “Capital da Louça de Barro”.
Dali partimos para Itaguaçu, em Coqueiros, na parte continental de Florianópolis. Queríamos mostrar o salão de baile das bruxas – que segundo a lenda, foram transformadas em pedras pelo diabo. Chegamos lá junto com o vento sul, ou ‘vento súli’, um fenômeno atmosférico que ocorre com uma certa regularidade, com rajadas fortes e frias, que agita o mar e entra pelo continente fazendo estragos. O Léo foi posar para uma foto sobre uma pedra e quase voou.
Passamos pela ponte Hercílio Luz, emocionando o Léo, que gravou um vídeo com a narração. Santo Antônio de Lisboa foi o próximo destino, já sob a chuva que o vento trouxe. Visitamos a igreja de Nossa Senhora das Necessidades, cuja construção foi iniciada em 1750 e andamos um pouco pelo bairro, mas o roteiro ficou prejudicado.
O passeio foi encurtado, mas a conversa não. Quase colocamos os assuntos em dia. Um pouco daqui, um pouco de Rondônia, algumas atualizações políticas e muita lembrança de amigos e colegas que se foram levados pela covid-19. Muito papo, muito riso e muita felicidade de termos recebido este casal tão querido.