Sou da geração que cresceu entre a Ditadura no Brasil, a Guerra Fria no exterior e os discos voadores nos céus. Acompanhei, via imprensa, cada um desses momentos – que foram simultâneos – tirando minhas conclusões.
Sobre os OVNIs (Objetos Voadores Não Identificados), fui leitor voraz das revistas Planeta, que traziam teorias, das quais hoje rio delas. Havia uma que afirmava ser a teoria da Eugenia nazista inspirada por extraterrestres que habitavam sob a crosta terrestre. Li também o clássico “Eram os deuses astronautas?”, do suíço Erich von Däniken, ou o contraponto, “Nem deuses nem astronautas”, escrito por R Fiebcaist. Participei de seminário sobre o tema, após a notícia de um encontro de quinto grau (quando há contato físico de uma pessoa com extraterrestres) nas proximidades da Fazenda da Baleia, onde ficava o meu Grupo Escoteiro. Fiquei frustrado não ter acontecido comigo.
Pensei nisso tudo quando ia para a padaria na manhã de hoje e ouvi pelo rádio do carro a música “Não identificado”, que foi gravada pela Gal Costa em 1968, que tem o refrão “Eu vou fazer uma canção de amor/Para gravar um disco voador/…/Para lançar no espaço sideral/…/Como um objeto não identificado”…, que foi escrita e gravada em plena Guerra Fria, poucas semanas antes de o autor, Caetano Veloso ser “convidado” a se retirar do país. Já em Londres, Caetano voltava a sonhar com E.T. em London, London: “…/While my eyes go looking for flying saucers in the sky/…”
Para concluir, trago a história de três irmãs adolescentes, com 16, 15 e 14 anos, que em 1989 iam para o colégio e viram luzes azuis flutuarem e bailarem em um final de tarde na Zona Sul de Porto Velho. Exatamente 32 anos depois as três irmãs resolveram celebrar o fato, que não foi contado a ninguém com medo de serem alvo de zombarias, com uma tatuagem para mostrar de forma externa o que está marcado de forma indelével em suas memórias.