A Prefeitura de Contagem -MG homenageou hoje (30/07) quinze mulheres que se destacaram em várias atividades sociais no município. O objetivo da Superintendência de Políticas para Promoção da Igualdade Racial e do Conselho Municipal de Promoção da Igualdade Racial é “estimular a inclusão social das mulheres negras, por meio do fortalecimento da reflexão acerca das desigualdades vividas por elas no seu cotidiano, no mundo do trabalho, nas relações familiares e de violência e na superação do racismo”. O reconhecimento é através da entrega do Prêmio “Efigênia Francisca 2021”.
Entre as categorias premiadas está “Trajetória como liderança das religiões de matriz africana”. Minha irmã Rosa Emília de Sá foi premiada na categoria pelo trabalho social realizado pelo Terreiro de Candomblé N’zo N’Gana Kixax, onde é a Mãe Muzambê. No local são distribuídas cestas básicas para famílias já cadastradas ou aquelas que procuram o terreiro, que já atua há seis anos atendendo pessoas carentes do bairro Bernardo Monteiro e de outros do entorno de Contagem.

Rosa Emília/Mãe Muzambê foi uma das agraciadas com o “Prêmio Efigênia Francisca 2021” (Foto Amanda Franciane)
O evento faz parte das atividades realizadas pela celebração do Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho. A homenageada que dá o nome ao prêmio, Efigênia Francisca, era liderança da Comunidade Nossa Senhora do Rosário – Ciriacos, em Contagem, que é uma irmandade de descendentes de africanos que vieram escravizados para o Brasil do século XVI ao século XIX. Dona Efigênia era uma liderança nata, conselheira que mediava todos os conflitos da comunidade. Criou a guarda de congo* feminina, sendo a primeira capitã e grande regente. Pela sua luta pela mulher negra foi homenageada pela Prefeitura de Contagem com um prêmio com o nome dela. Dona Efigênia faleceu em 2006, deixando oito filhos, 12 netos e três bisnetos, além de seis filhos adotivos.

Dona Efigênia Francisca (centro) foi uma liderança da Irmandade dos Ciriacos (Foto Acervo familiar/Divulgação)
A premiação foi realizada de forma virtual devido a pandemia de Covid-19.
* O congo é uma “é uma manifestação cultural e religiosa, que faz parte do folclore brasileiro. A festa popular originou no Brasil na metade do século XVII. Ela carrega elementos culturais africanos (principalmente do povo de Angola e Congo) e elementos da Igreja Católica trazidos pelos portugueses, ou seja, uma mistura das festas trazidas pelos negros escravizados com a religiosidade cristã na época colonial”. (InfoEscola)