A Prefeitura colocou placas identificando a maioria das ruas. Menos a nossa (Foto Arquivo – Marcela Ximenes – 23072019)
Moramos no loteamento há pouco mais de dois anos. A cada compra pela internet, um sufoco, para ficar aguardando o entregador. Sobre os correios, nem se fala. O carteiro veio aqui em casa duas ocasiões. Tive que ir várias vezes à central de distribuição buscar nossas correspondências. O engraçado é que (a maioria) as lojas de móveis e de material de construção chegam certinho no nosso portão.
No finalzinho da administração passada, a Prefeitura instalou centenas de placas com os nomes das ruas, menos na nossa. Eu vi a equipe que estava fazendo o serviço, mas nem me passou na ideia ir ver se a nossa rua estava incluída. Esta semana resolvi agir e me informei qual o setor municipal responsável pelo serviço de identificação das ruas. Soube que era a Secretaria de Segurança e Trânsito que cuidava do assunto. Peguei um carro de aplicativo para a sede da Prefeitura.
Fui até a secretaria e a recepcionista me informou que eu teria que ir à CAC (Central de Atendimento ao Contribuinte) e fazer o requerimento para instalação da placa. Como eu acompanho as notícias da prefeitura, sabia que precisava fazer um agendamento prévio, pela internet. Disse isso à funcionária, que respondeu com um “não precisa não”.
Fui à recepção e disse que precisava ir à CAC. Ela perguntou se eu tinha feito o agendamento. Com minha resposta negativa, ela apontou para uma fila enorme e disse: Então o senhor terá que entrar nessa fila. Estava por conta e nem fiz cara feia. Alguns minutos depois veio a funcionária que organizava a fila: “O que seria para o senhor?” Respondi. Ela disse que era na secretaria de Segurança e Trânsito. “Estou vindo de lá. A colega da senhora disse para eu fazer o requerimento aqui.” Ela concordou, mas tive que fazer o agendamento pelo celular, com horário marcado para às 16h40. Eram 14h15.
Finalmente fui chamado – o atendimento é muito rápido -. A exemplo das outras pessoas que me atenderam antes, o rapaz falou para eu ir à secretaria de Segurança e Trânsito. “Estou vindo de lá, etc., etc…” “Qual é mesmo o nome da sua rua?” Ele anotou e sumiu para o interior do prédio, voltando pouco depois dizendo que a rua não existia. “E o IPTU que eu pago, e a taxa de lixo, e a coleta de lixo orgânico e reciclável? Como a rua não existe?” Ele fez um gesto para eu me acalmar (ele nunca me viu nervoso!). Sumiu novamente. Lá no fundo da sala, ele conversava com colegas e disparou alguns telefonemas. Depois me pediu que o acompanhasse. Me levou para a Ouvidoria.
Contei a história novamente. O cara consultou os assentamentos municipais e nossa rua não constava nos registros. O argumento do IPTU é poderoso e uma mulher, que deve ser a chefe do setor, resolveu entrar no assunto. Em poucos minutos a rua já estava cadastrada. O meu atendente me entregou o protocolo com a reclamação e o encaminhamento. Hoje recebi um e-mail da Secretaria de Segurança e Trânsito (não consegui escapar), nos seguintes termos (conforme a grafia e pontuação do original):
“Prezado munícipe, em resposta a sua solicitação vimos informá-lo que, estamos sem contrato para a instalação. No aguardo de novo contrato para atendimento a solicitação. A solicitação será cadastrada em nossos bancos de dados, para atendimento, assim que possível.” É sic que se fala, né?
Então, vamos continuar a esperar a boa vontade dos entregadores de encomendas e correspondências… Agora entendi a razão por que colocaram placas em todas as ruas, menos na nossa. Ela não existia.