O ônibus coletivo em que eu estava foi ultrapassado por dois ônibus de turismo com torcedores de futebol. Ambos tinham batedores da polícia em motos. Logo em seguida veio outro ônibus, de menor porte em que os passageiros pulavam e faziam algazarra. A bagunça era tanta que o motorista perdeu o controle e jogou o veículo sobre o canteiro central.
Enquanto eu olhava para trás para saber do acidente, mais um ônibus ultrapassou o coletivo. Desta vez atiravam de dentro para fora e nos jogamos no chão para não sermos baleados. Refeitos do susto, vi um homem se aproximar de um buraco aberto no vidro do ônibus e jogar uma pistola no meio da rua.
Desci e chamei um policial para contar sobre os disparos e ele recolher a arma que estava sobre o asfalto.
Muito grosseiramente respondeu que não ia tomar conhecimento daquela ocorrência, pois tinha apreendido uma grande quantidade de dinheiro em espécie e me mostrou um pacote onde se viam as cédulas numa embalagem de plástico.
Insisti, pois poderia ter algum morto ou ferido no ônibus da confusão.
– Já disse que não vou atender esta ocorrência, se o senhor insistir, vou prendê-lo por desacato à autoridade e por obstrução!
Vi que ele falava sério e tratei de acordar…