Quando eu estava no serviço militar, notei que a água do bebedouro estava saindo com larvas de mosquito. Detalhe: o bebedouro era no prédio de comando do Parque Aeronáutico de Lagoa Santa (MG).
Esperei mais uns dias e nada mudou. Eu levava água do “rancho” para beber. Um dia resolvi fazer um protesto. Peguei uma folha de papel e fui até uma máquina de escrever que não era a que eu trabalhava e digitei: “Não use este bebedouro! Água com cloriformes fecais!”
Escrevi de propósito errado, pois todos sabiam que eu fazia o curso de Jornalismo.
No dia seguinte, o major chefe do Departamento de Pessoal onde eu estava lotado reuniu civis e militares que trabalhavam no prédio de comando e deu uma dura. Disse que era mentira que a água estava poluída e quem era o “analfabeto que escreveu ‘cloriformes fecais’? O nome certo é coliforme! Mas garanto que a água não está suja!”
De qualquer jeito mandaram lavar a caixa d’água, resolvendo o problema. Nunca fui descoberto.