Numa manhã de carnaval, acho que em 2000, resolvi sair para beber uma cerveja e o bar do Artur, no Cohab, estranhamente estava fechado. Saí procurando outro local e fui achar um bar discreto – só com uma pequena placa – na rua atrás da COE (Companhia de Operações Especiais/PMRO).
Entrei por um corredor até os fundos do imóvel, em uma espécie de bosque. Um homem veio me atender e fiz o pedido da cerveja. Ele entrou, demorou um pouco e veio com a bebida acompanhado de uma mulher, que imaginei ser a dona do local. Ela agradeceu “a preferência” e disse para eu ficar à vontade, que já voltaria.
Ela voltou acompanhada de outra mulher, que pelo jeito tinha passado a noite na Banda do Vai Quem Quer, toda descabelada, de cara amassada e olhos sujos. Foi chegando, puxando a cadeira e se sentando ao meu lado. Foi aí que me dei conta de onde estava. Eu disse para ela que fui lá só para beber e que ela poderia voltar a dormir.
– Assim o senhor me prejudica.
– Não seja por isso.
Tirei 20 reais da carteira e dei para ela, acabei de beber a cerveja e fui embora.