Em 1976 eu estava no serviço militar, servindo na Aeronáutica, quando recebemos a informação que o presidente da República, general Ernesto Geisel, iria a Belo Horizonte e nós, recrutas, faríamos parte do sistema da segurança do aeroporto.
No dia da visita, fomos acordados de madrugada, recebemos o armamento – Fuzil (mosquetão) Mauser 1908 e cinco munições. Isso mesmo, da época da 1ª Guerra Mundial!
Fomos espalhados em todo o perímetro da pista de pouso, ficando um soldado antigo responsável por três recrutas.
A espera pareceu uma eternidade, enfim o avião presidencial pousou, taxiou e as autoridades desembarcaram e seguiram para cumprir a agenda.
À tarde, fui escalado para ajudar a embarcar as bagagens e presentes recebidos pelo presidente e pela filha dele, Amália Lucy Geisel, então com 31 anos. Após cumprir nossa tarefa ficamos por ali, como quem não quer nada, para assistirmos ao embarque. Comprovei o que o pessoal do Pasquim escrevia. A filha do presidente carecia de atrativos fisionômicos.
Mas foi ela que inspirou o Chico Buarque (Julinho da Adelaide) a escrever a música Jorge Maravilha, cujo refrão o Chico canta assim: “Você não goxta de mim, mas sua filha goxta!”. Chico nega, rindo, que a musa foi a Amália.