Quando éramos crianças, era proibido xingar palavrão lá em casa. O máximo tolerado eram os xingamentos *osta e *erda. E nenhum de nós três desafiávamos os mandamentos maternos.
Nosso pai às vezes – quando dava uma martelada no dedo, por exemplo – dizia “desgraça!” ou “miséria!”. Imediatamente mãe falava para não repetirmos, pois atrairíamos o mau para dentro de casa.
Muitos anos depois, durante um almoço, a caçula Rosa – não me recordo a razão – soltou um “Não enche o saco!”.
Silêncio entre os irmãos mais velhos. Todos esperavam a reação dos pais.
Mas ficamos frustrados, pois não aconteceu nada. Nem mesmo um “vou lavar a sua boca com sabão”, como mãe costumava nos ameaçar…