17 de abril de 2020

Troca de comando durante a guerra

Por José Carlos Sá

No comentário de hoje (17) sobre a demissão do ministro da Saúde, Henrique Mandetta, o jornalista Carlos Alberto Sardenberg comparou a decisão do presidente Jair Bolsonaro com a troca de um comandante no meio da guerra.

Na história do Brasil houve um episódio em que comandante deixou o campo de batalha, mas por decisão própria e não por ordem superior.

Duque de Caxias abandonou o posto, assumido pelo catarinense Guilherme Xavier, substituído pelo Conde D’Eu (Ilustra Internet)

Na Guerra do Paraguai, o comandante das tropas da Tríplice Aliança, Marechal Luís Alves de Lima e Silva – Duque de Caxias –, deu como terminada a guerra após a invasão de Assunção, capital do país vizinho. Caxias se sentia cansado, estava doente e pediu para ser substituído, mas o Imperador não permitiu e o velho militar veio para o Brasil assim mesmo, deixando D. Pedro II muito irritado, pois acreditava que a guerra só seria considerada terminada com a prisão de Solano López.

Caxias nomeou um auxiliar para o comando das tropas terrestres e marinhas do Brasil, o Marechal Guilherme Xavier de Oliveira, natural de Desterro (hoje Florianópolis). Foi substituído pelo Conde D’Eu, genro do imperador, que se dedicou à perseguição ao ex-presidente paraguaio até a morte deste.

Espero que essa troca de comandantes não prejudique a nossa vitória nessa guerra contra inimigos invisíveis.