19 de novembro de 2017

Um dia para o PMDB-RO esquecer

Por José Carlos Sá

O empresário Chagas Neto publicou esta foto na página Saudosismo Portovelhense (sem hífen), no Facebook e abriu o meu baú de recordações. Eu estava lá.

Em primeito plano, da esq. para dir. Tomás Correia, Jerônimo Santana e Ulysses Guimarães. Atrás, deputado federal Moisés Bennesby, senador Ronaldo Aragão e deputado federal Sérgio Carvalho (Foto página Saudosismo Portovelhense, publicada por Chagas Neto, na época deputado federal)

O deputado Ulysses Guimarães era candidato à presidência da República pelo PMDB em 1989 e veio a Rondônia pedir votos. O governador Jerônimo Santana e o prefeito de Porto Velho Tomás Correia, também peemedebistas, o receberam.

O presidenciável foi recepcionado no aeroporto Belmont por professores em greve, que cantavam o refrão: “arroz, feijão, açúcar e pamonha/queremos mais vergonha no Estado de ‘Rondonha’!”. Ulysses entrou no carro e disse a Jerônimo: “Governador, como o senhor me trouxe aqui com esse clima [ruim]?” Aliás, vale ressaltar que o deputado tinha um péssimo humor.

Para amenizar a situação, levaram o visitante ao recém-aberto loteamento que passaria se chamar bairro Ulysses Guimarães, na Zona Leste. O homenageado não gostou: “Governador, o senhor vai colocar meu nome nesse lugar feio?!?” À noite, no showmício, os grevistas foram para a praça das Caixas D’Água e passaram a vaiar todos os oradores, o que fez o então deputado Chagas Neto se exaltar e pedir à PM que expulsasse os grevistas. Mais vaias. Terminaram o comício nesse clima.

Mas não tinha acabado o tormento do PMDB. O cantor Alceu Valença, que foi contratado para atrair o público para o comício, subiu ao palco e disse: “Não vou pedir para votar em ninguém. Votem em quem vocês quiserem!”

Naquele pleito, Ulysses Guimarães obteve 3 milhões e 200 mil votos. Em Porto Velho recebeu 6.717 votos ou 6,8% no primeiro turno da eleição que elegeria Fernando Collor. (Dados do Mapa das Eleições 1989)