Busquei esta ilustração de uma postagem de texto e vídeo do blog Quero Medo para comentar o mais novo imbróglio envolvendo a extinta Estrada de Ferro Madeira-Mamoré. O Departamento de Estrada e Rodagens de Rondônia (DER) resolveu colocar uma das locomotivas que estão abandonadas há anos para compor o Novo Espaço Alternativo, que está com as obras na fase de conclusão. A ideia é boa e vai fazer um belo cartão de visitas bem perto do aeroporto. Além
da locomotiva, a reprodução do portal do Real Forte Príncipe da Beira. O problema é que ao invés de buscar uma locomotiva das que estão tombadas na área sob responsabilidade do Estado, pegaram uma sob guarda do Iphan. Mas acho que mesmo se usassem aquela locomotiva que está “tombada” em frente ao casarão (foto), daria na mesma.
Mesmo argumentando que é melhor a locomotiva ser mostrada a todos, recuperada e bonita do que ficar jogada no mato sendo corroída pela ferrugem, os defensores da ideia foram derrotados pelos guardiões da ferrovia, que fizeram uma grita danada, contando com os aliados de sempre: alguns coleguinhas da imprensa caripuna e os MPs. Resultado o DER foi compelido a assinar um Termo de Ajuste de Conduta, o TAC, no Ministério Público Estadual e devolver a locomotiva para o lugar que o Iphan determinar.
Cuidar das UPAs que não tem pessoal para atender a população ou mandar a Prefeitura resolver os problemas do lixão, dos postos de saúde que ainda não funcionam, ninguém se mobiliza, mas para dar ouvido a esse tipo de reclamação, a coisa corre. Como dizem no vídeo lincado acima, “É um trem que parte da estação do além, o trem fantasma”.
Para entender a questão do tombamento: A área que vai da praça das Caixas D’Água até o casarão dos Ingleses é tombado por Lei Federal e fica sob responsabilidade do Iphan. Já a Constituição Estadual, em seu Artigo 264, tomba todo o acervo da Madeira-Mamoré, de Porto Velho a Guajará-Mirim, sobrepondo, portanto, a área com tombamento federal.