Volto ao assunto.
Há 60 anos o presidente Getúlio Vargas suicidava-se com um tiro no peito. O Brasil atravessava uma turbulência política e as investigações policiais apontavam que pessoas de dentro do Palácio do Catete (sede da presidência à época) estavam envolvidas com o atentado contra a vida do oposicionista Carlos Lacerda, o “Corvo”. Getúlio saiu da vida e entrou para a história, como disse na carta deixada ao lado do leito de morte.
Comecei a pensar nisso ao ler uma entrevista do Frei Betto à Folha de São Paulo na edição de hoje (9). Ele, amigo pessoal (como dizemos aqui) de Lula e Dilma, teme que a presidente renuncie devido aos desdobramentos da “Operação Lava-Jato”.
Isso pode acontecer, mas acho que a turbulência será maior com a saída da presidente, pois as pessoas que estão na linha direta de sucessão são as piores opções que temos à mão.
Comecei com o Getúlio Vargas por ser uma referência histórica e circunstancial. Apenas isso. Quero que o nosso país se sustente. Se a opção for renúncia e novas eleições, que seja. Se a presidente Dilma entender que pode resolver o problema, melhor.
Quem garante que o deputado Eduardo Cunha, ao assumir a presidência, em eventual impedimento da presidente e do vice, não vai acostumar na fantasia, como disse Chico Buarque tempos atrás?