As forças de segurança de Vilhena viveram, na sexta-feira, um momento de alerta máximo, só comparado com o que acontece nos Estados Unidos desde o dia 11 de setembro de 2001. Uma bolsa esquecida em um canto do Aeródromo “Brigadeiro Camarão” deflagrou o “alerta vermelho”. Toda esta precaução é porque estava prevista a chegada de uma autoridade poucos minutos depois que a suposta bomba foi encontrada.
Agentes da Polícia Federal, inspetores da Polícia Rodoviária, Corpo de Bombeiros, Polícia Civil e Militar (incluindo a P-2), militares da FAB e do Exército (Tiro-de-Guerra), além do agente-correspondente da ABIN se dirigiram ao local para estudar a situação. A mochila foi localizada no saguão do aeroporto, por onde as autoridades iriam passar.
Tomadas todas as providências para isolar o local, conforme determinam os protocolos de segurança, surgiu um problema: não havia ninguém ali especialista em desarmar bomba, também não havia um robô que faz este serviço. O que fazer, então? Foi feito um contato para o Esquadrão Anti-Bombas, sediado em Porto Velho, se deslocasse para Vilhena.
Mas eis que surge um voluntário, o cabo PM Bastos, membro de uma guarnição da Rádio Patrulha. Com as precauções de praxe, o militar se benzeu e foi ao encontro da Sorte ou da Morte. Até o vento parou de soprar no cerrado. Pé-ante-pé, o cabo se aproximou da mochila, se lembrando mais dos filmes que assistiu na tevê do que o treinamento que recebeu no curso de formação. Prendeu a respiração e abriu o zíper.
O silêncio era audível. Bastos enfiou a mão com cuidado e encontrou um objeto sólido, apalpou e o reconheceu pelo tato. Se virou e deu um sorriso, mostrando uma escova de sapatos. A tensão se dissipou e os objetos da ex-suposta bomba foram espalhados no chão, expondo a intimidade do dono da bagagem: creme hidratante, pasta de dentes, roupas, carimbos da empresa em que o esquecido trabalha, etc. A normalidade então voltou ao aeroporto e todos os envolvidos na ação retornaram às suas respectivas rotinas.