15 de janeiro de 2015

NOVA REPÚBLICA E O ‘NOVO’ PMDB

Por José Carlos Sá

Há 30 anos o Brasil iniciava uma nova fase política: A “Nova República” ou a “Sexta República Brasileira”, após amargar durante 21 anos sob um regime de exceção, onde as garantias individuais eram ignoradas e a Imprensa trabalhava sob censura, mesmo depois que esta prática foi formalmente suspensa.

Vínhamos de uma derrota, com a não aprovação da “Emenda Dante de Oliveira”, a famosa “Diretas Já”. Tancredo Neves representava a última esperança de redemocratização do país, já que o outro candidato, o deputado Paulo Maluf, além de ser a promessa do continuísmo, tem uns problemas com as prestações de contas, que o perseguem até hoje.

Tancredo adoeceu logo após esta eleição e não saíria vivo do hospital. O país acompanhou boquiaberto todo o desenrolar dos fatos: a evolução do problema de saúde do Tancredo e a ascensão do vice-presidente José Sarney, que teve inúmeros problemas durante o seu mandato, sendo o maior deles a inflação.

O Brasil evoluiu, mantendo algumas características que todos abominam, como a corrupção. Muitos sentem saudades do período governador por militares. Mesmo com as inúmeras coisas boas que os generais deixaram como legado, prefiro, eu mesmo escolher o presidente da República, mesmo “perdendo” o voto, prefiro escrever o que quiser neste blog, assumindo a responsabilidade pelo que escrevo, além de ter a liberdade de ir aonde eu bem entender.

O PMDB também mudou. Hoje oferece o vice-presidente Michel Temer, na chapa vencedora encabeçada por Dilma Rousseff, indica ocupantes para seis ministérios e ao mesmo tempo fomenta a candidatura do dissidente deputado Eduardo Cunha (RJ) para a Presidência da Câmara dos Deputados. Cunha avisa que fará “oposição” ao governo.

Dá para entender uma *erda dessas?

Sobre a ilustração. Fiz o seguinte comentários nos perfis do Arquivo Estadão e no meu próprio, no Facebook: “José Carlos Sá Infelizmente hoje, o PMDB não é mais um partido lírico ou de protestos, mas um partido fisiológico. Salvam se poucos que ainda honram as memórias de Ulysses e Tancredo.” (Ilustra perfil Arquivo Estadão/Via Facebook)