Eu já tinha visto o quadro, mas não tinha parado para observar os detalhes. A obra do artista plástico e cartunista do Diário da Amazônia, João Zoghbi, está exposta no restaurante Amadeu’s, ali na avenida Farquhar com Carlos Gomes e mostra aquilo que outro artista – este da música – Sílvio Santos, o Zé Katraca, chamou de “Guernica Beradera”.
É olhar com cuidado e você vai vendo o que é ostensivo e imaginando o subentendido, que só o autor pode explicar esta parte da obra. E por falar em parte, vou mostrar três fotos do quadro. Prometo levar uma câmera decente e fotografar a obra por inteiro.
Logo em primeiro plano, uma anta sob os trilhos e vários outros símbolos
Aqui, a chaminé representa o “Tio Sam”, nacionalidade do dono da EFMM;
o sino, com uma boca escancarada, cheia de dentes;
um negro, provavelmente representando os caribenhos, com outro símbolo da praça:
os pombos. Embaixo, um cabo de guerra entre “os ‘palhaços’ da cultura e os políticos”,
como explica o Zoghbi
O artista homenageia o coronel “Teixeirão”, o retratando como o maquinista que salvou a Madeira-Mamoré de ser literalmente derretida como sucata (Foto JCarlos)