No dia 25 de abril de 1984, dia da votação da emenda Dante de Oliveira, que restaurava as eleições diretas para presidente da República, eu trabalhava na TV Alterosa, em Belo Horizonte. O nosso jornal – entrava de hora em hora, durante a tarde – já estávamos com os convidados confirmados, mas a “Força” tirou do ar a Rádio Guarani, do mesmo grupo, por ter incluído uma matéria originada de Brasília, sobre o mesmo tema.
Recebemos a determinação de NÃO falar em política. Fomos, em mini-passeata, até a sala do diretor para defender nossa pauta. Ele sugeriu escolhermos: mudem a pauta ou serão demitidos. Mudamos a pauta, ligamos para os convidados, pedimos desculpas e enrolamos no programa.
Acabada a última entrevista nada-a-ver, fui para a avenida Afonso Pena participar das manifestações. Participei de seis ou sete passeatas. Chegando, acompanhava a passeata até a praça da Rodoviária e voltava até a Igreja de São José, onde aderia a outra passeata.
Quando soubemos do resultado – faltaram 22 votos – foi um chororô geral. Lembro isso tudo após assistir ao JN, hoje, mostrando o movimento, só não disseram que a empresa (Globo) só entrou no movimento há 30 anos, quando já não tinha mais como ignorar o assunto.
26 de abril de 2014