Só quem já foi repórter sabe o que é fazer a cobertura de um evento em que a empresa em que você trabalha é repudiada pelos manifestantes.
Minha irrestrita solidariedade aos repórteres de todas as empresas de comunicação que tiveram que esconder as canoplas (aquela coisinha que tem a logo da empresa nos microfones) para não apanhar nestas manifestações juninas. O profissional não é culpado pela linha editorial da emissora/jornal/site.
Em 1986 – antes de vir para Porto Velho – eu trabalhava na TV Alterosa de Belo Horizonte, que fazia um julgamento paralelo para as escolas de samba, igual ao “Estandarte de Ouro” do jornal “O Globo”. A escola que ganhou naquele ano a promoção, perdeu feio no julgamento oficial. O bobo aqui estava, ao vivo, transmitindo a apuração dos votos no Clube dos Sargentos, com a tendência de vitória da escola de samba que não ganhou o troféu da Alterosa, a manifestação contra mim começara. “Fora Alterosa! Fora Alterosa”. Fui salvo pela PM.
Se eu já não gostava de carnaval, tive mais um motivo para continuar detestando. (Reprodução TV Globo)