25 de julho de 2011

COMPOSIÇÕES FERROVIÁRIAS

Por José Carlos Sá

Na Vila Paulo Leal, antes ferroviária, próxima à cachoeira de Teotônio, o tempo e a natureza consomem aos poucos o que sobrou de um ‘tender’ da extinta Madeira-Mamoré. Uma jaqueira, ao longo desses quase 40 anos, nasceu e ali vive, entre os ferros velhos da “Ferrovia do Diabo”. (Texto e fotos: Marcela Ximenes)

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Fotografias Marcela Ximenes Porto Velho Vila de Teotônio 

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  • Dorme meu menino
    sobre o leito da madeira-mamoré
    encantado és um dormente
    dormindo sob os trilhos da philadelphia
    onde passa a maria fumaça
    hoje pura nevoa
    estranho fantasma
    sino silente
    apito silencioso
    farol apagado.

    Descansa meu operário
    teus pais te esqueceram
    tua nação de abandonou
    nesta terra de ninguém
    soldado anônimo
    sem pátria
    sem hino
    sem indenização
    sem bandeira
    algumas canções lembram de ti
    os antigos contam que és um dormente
    trabalhador jaz morto
    deitado nos trilhos de ouro e látex
    olhando com os olhos fechados
    a conquista do oeste
    e os céus repletos de vaga lumes
    e meteoros.

    Luiz Alfredo
    poeta

    *Poema do livro: Poesias Baldwianas; in loco motiva.

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