
Um teste para ver se o motorista e passageiros de um carro têm nervos de aço (Foto Corpo de Bombeiros/Divulgação)
No sábado, 11, duas pessoas viram a avó deles pela greta. O carro em que estavam atravessou uma passagem de nível e o trem de carga pegou o veículo pelo meio e o arrastou por mais de 200 metros. Era um cargueiro da empresa Rumo Logística com 101 vagões e o acidente aconteceu na cidade de Rio Negrinho, no Planalto Norte catarinense, naquele mesmo município onde a Marcela e eu fomos passear de Maria Fumaça há quase um mês.
Vimos que os maquinistas são obrigados a apitar três vezes quando se aproximam das passagens de nível, que na região são sinalizadas, mas sem cancelas. Fico pensando no aperto que a mulher e o cara passaram ao ver a “gengiva” do trem se aproximando…
O susto que imagino terem passado, sei como é. Eu já experimentei.
Foi em Porto Velho no ano de 1986, fazia pouco tempo que eu estava morando lá. Comecei a procurar uma casa para comprar ou alugar e o jornalista Álvaro Costa, que trabalhava comigo na Dicom (Divisão de Comunicação), se prontificou a levar à residência de uma conhecida dele que residia no conjunto Caiari, pouco depois da avenida Guaporé e fazia qualquer negócio na casa dela.
Naquela época as ruas principais estavam sendo abertas e na hora que fomos ver a possível vendedora, uma retroescavadeira trabalhava no local. Era de tardezinha, naquele lusco-fusco do entardecer e não tinha iluminação pública.
Ao atravessarmos o local onde estava sendo aberta a avenida, o Álvaro deixou o fusquinha morrer. Quando olhei para o lado, o trator avançava para nós e eu só via aqueles dentes do carregador à frente dos faróis da máquina. Eu gritei para o Álvaro acelerar, mas como que se acelera um carro cujo motor apagou? O tratorista fez de sacanagem, pois parou e ficou rindo de lá.
Só para explicar, o Álvaro não sabia dirigir, apesar de ter a CNH. As más linguas diziam que ele teria tirado a carteira no Acre, literalmente por telefone…