Ainda frustrado com o negócio do fusca, que não deu certo, fui a Ariquemes a serviço. O Paulinho me encontrou lá e levou o carro que ele tinha comprado para mim. Era um Opala imenso, de cor amarela gema de ovo, muito bom de motor, seis válvulas, seja lá isso o que for.
Tinha uma boa aceleração. O ponteiro de combustível só funcionava se enchesse o tanque de gasolina e a cor amarela já fazia com que os colegas da Secretaria de Educação vissem, à distância, que eu estava chegando: “Lá vem o Zé!”. O carro bebia muita gasolina e eu o vendi, não lembro para quem.
Depois tive um Fiat Spazio, a álcool, que me deixava na mão todos os dias. Pela manhã o carro não pegava e a vizinha disse que nunca tinha aprendido tantos palavrões, ao ouvir minhas tentativas frustradas de fazer o bendito funcionar.
Abandonei o carro no quintal até o dia em que apareceu um interessado em comprar a lata velha. O comprador perguntou quanto eu queria no carro e respondi que eu pagava para tira-lo de lá. Segundo me contaram, o cara retirou um por um os pneus e os levou à borracharia, deu uma carga na bateria, mexeu no motor e o abençoado funcionou. Saiu da garagem rodando fagueiro. Dias depois uma caçamba o jogou a muitos metros de distância – felizmente não tinha ninguém dentro. Foi para o ferro velho.
Depois, por consórcio, consegui comprar um Gol “bola” zero quilômetro, que vendi para comprarmos nossa casa. Em parceria com a Marcela compramos um Fox (VW). Fizemos a estreia dele em uma viagem para Rio Branco (AC). Na subida de uma ladeira o sinal fechou e quem disse que o carro tinha força para seguir quando apareceu a luz verde?
Atualmente temos um Sandero, de quem não reclamamos. Fizemos longas viagens nele e o carrinho está inteiro.