09 de setembro de 2016

Asfaltando o leito do rio Madeira – Uma lembrança

Por José Carlos Sá

A frase do título não é minha. É do jornalista Nelson Townes, já falecido. Ela foi escrita no também falecido jornal “Estadão do Norte”, quando ocorreu um incidente ambiental em Porto Velho em 1987, parecido com o que ocorre hoje. Uma balsa carregada de produtos para asfaltamento, pertencente ao 5º BEC e que estava ancorada na praça Madeira-Mamoré, começou a vazar o produto no rio Madeira.

Fui com meus filhos, em um domingo, para passear de barco – eles tinham chegado há pouco e os levei para ver o rio. Quando vi o produto escorrendo da balsa perguntei a um dos tripulantes do barco o que tinha acontecido. Ele explicou que a balsa havia chegado na sexta-feira e foi “ancorada” em uma árvore da margem, mas que o rio Madeira tinha vazado e a balsa ficou pendurada no barranco, derramando o conteúdo.

Na segunda-feira consegui localizar o então secretário de Meio Ambiente (Chico Araújo?) e, via Departamento de Comunicação do Governo, onde eu era o adjunto, enviamos um rilisi para a Imprensa falando das providências que seriam tomadas. A frase do Nelson foi para comentar o fato.

Lembrei disso tudo ao ver a reportagem do Eduardo Kopanakis – não consta o nome do cinegrafista – da SIC TV, mostrando que está escorrendo óleo para o rio Madeira no lugar onde um barranco desabou em um porto clandestino em Porto Velho, levando carretas carregadas de produtos usado em asfaltamento.

(Imagens SIC TV)

(Imagens SIC TV)