Tem coisa que só acontece comigo. No início da noite de ontem o telefone fixo tocou.
– Alô?
– Alô, pois não?
– Aqui é do João Paulo. O senhor conhece o senhor XXXX ou alguém da família dele?
– Não senhora.
– Em que bairro o senhor mora?
– No XXXX
– Ah, o seu XXXX morava na Jatuarana…. De quem o senhor comprou esse telefone?
– Da própria concessionária…
– Faz muito tempo?
– Eu já falei para a senhora que não conhecemos a pessoa….
Mais tarde a conversa se repete com pouca variação…
Na terceira vez que o telefone tocou, a paciência (Que paciência? pergunta a Mar) já tinha escorrido completamente. Só esperei a mulher fazer a introdução.
– Já disse duas vezes que não conhecemos a pessoa. A senhora pode fazer o favor de parar de telefonar para cá?
– O senhor vai dizer outras vezes, pois o seu XXXX morreu e estou tentando localizar a família….
– Mas não é daqui, meu Deus.
Bati o telefone e o desliquei da tomada. Que Deus me perdoe.