As tentativas de isentar o príncipe herdeiro da Arábia Saudita Moahmmed bin Salman da responsabilidade de ordenar o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi estão ganhando força. Estas versões defendidas pelo presidente norte-americano Donald Trump atribuem a assessores a decisão de mandar matar o dissidente, por não concordarem com as acusações que Khashoggi fazia ao governo saudita. Ou seja, tomaram as dores do “chefe”.
Me lembrei de um episódio da História do Brasil, que culminou com o suicídio do então presidente da República, Getúlio Vargas. O governo getulista recebia ataques incessantes da oposição, liderada pelo jornalista Carlos Lacerda, que acusava a existência de um “lamaçal nos porões do Palácio do Catete”, que era a residência e o local dos despachos quando a sede do governo ficava no Rio de Janeiro. Conta-se que o chefe da guarda pessoal, Gregório Fortunato*, incomodado com os ataques a Getúlio, resolveu contratar pistoleiros para eliminar Lacerda. O tiro saiu pela culatra e além da tentativa de homicídio, as investigações passaram a expor os mal feitos de familiares do presidente, que cometeu suicídio dia 24 de agosto de 1954, provocando uma comoção nacional.