Que Deus me perdoe, mas não é blasfêmia. Desde criança pequena em Teóflotoni aprendi que dia de eleição era um dia de muita seriedade, quase um dia santo, tão solene quanto uma sexta-feira da Paixão. Minha avó paterna vestia a melhor roupa, colocava o anel de formatura e ia votar. Meu pai envergava um paletó de casemira, minha mãe também caprichava no vestido. Repito, era uma data solene.
Uma coisa que ainda me emociona é quando lembro que a minha avó materna aprendeu a ler e a escrever ao mesmo tempo que eu para que ela pudesse realizar o sonho da vida: votar.
Penso nisso ao ver o desinteresse da maioria com o nosso futuro. Eleição é coisa séria, nos próximos quatro anos colheremos o acerto ou o erro da nossa decisão.